Mercado imobiliário 2024: saiba o que esperar, tendências e perspectivas
24/01/2024 - Mercado imobiliário 2024
O mercado imobiliário em 2024 se apresenta como um campo promissor e dinâmico.
Isso porque o setor vem vivenciando uma fase de inovação e crescimento, impulsionado por novas tecnologias e mudanças nos padrões de consumo.
Diante disso, compreender as tendências e perspectivas futuras é fundamental para investidores, profissionais do ramo e consumidores.
Para eles, estar atualizado com as evoluções não é apenas uma vantagem, mas uma necessidade para superar desafios e se posicionar um passo à frente.
O cenário promissor é também uma importante notícia para um país com déficit habitacional crônico, como o Brasil.
Estima-se que, para que haja plena moradia, o país precise de aproximadamente 8 milhões de novas habitações, embora o governo fale em 5,8 milhões de unidades.
Claro que esse déficit está diretamente relacionado aos problemas sociais brasileiros, em especial a desigualdade, já que os 10% mais ricos ganham 59% da renda nacional.
Assim, o problema habitacional só será definitivamente solucionado quando as políticas públicas forem voltadas para melhorar a distribuição de renda.
De qualquer forma, há avanços a serem celebrados, como a consolidação do programa Minha Casa, Minha Vida de financiamento de imóveis para famílias de baixa renda.
Esse é um dos fatores que deverão influenciar positivamente o mercado imobiliário no Brasil em 2024, como veremos neste artigo.
Depois de um longo período de estagnação, cuja causa principal foi a pandemia, finalmente a economia brasileira dá os primeiros sinais de que está se recuperando.
Quem diz isso é a própria Organização das Nações Unidas (ONU), segundo a qual a nossa economia deve crescer acima da média em 2023, na contramão da recessão mundial.
De acordo com a entidade, enquanto a economia global deve retrair em 3%, o Brasil seguirá um movimento oposto, com uma expansão de notáveis 3,3%.
Com o prognóstico se confirmando, as expectativas para o ano que está por chegar só poderiam ser positivas, inclusive no mercado financeiro, onde o clima é de otimismo.
Todo esse cenário deve gerar reflexos no mercado imobiliário em 2024.
Uma prova disso é a expansão da modalidade imobiliária conhecida como multifamily, que em 2024 deve finalmente ganhar mais espaço no mercado brasileiro.
Trata-se de um modelo em que as unidades habitacionais são construídas já com a finalidade de alugar, ou seja, a venda não é a prioridade.
Já existem imóveis nesse perfil em São Paulo e o Rio de Janeiro deve “estrear” nesse tipo de empreendimento em breve.
O mercado imobiliário 2024 reserva ainda muitas outras gratas surpresas, como veremos na sequência, tanto para as classes mais altas quanto as mais populares.
Acompanhe a seguir.
Compra De Primeiro Imóvel Facilitada
Tudo indica que a simples expectativa de recuperação econômica já está provocando um movimento no mercado de crédito para o financiamento de imóveis.
No Mato Grosso, por exemplo, está ativo um programa do governo estadual que facilita a compra do primeiro imóvel, com subsídios de até R$ 20 mil.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também já detectou um reaquecimento nesse ano, justamente em razão do maior acesso ao crédito, o que está também entre as perspectivas para o mercado imobiliário em 2024.
Para as famílias de baixa renda, o programa Minha Casa Minha Vida será o grande impulsionador para a compra do primeiro imóvel.
Não poderíamos deixar de destacar iniciativas como as do estado de Pernambuco, que está destinando R$ 800 milhões para ajudar na entrada na compra de imóveis pelo Fundo de Habitação de Interesse Social (Fehis).
São iniciativas que já estavam a todo vapor em 2023 e que, com a expectativa econômica positiva, deverão se consolidar no mercado imobiliário em 2024.
Avanço De Crédito
Embora haja um movimento de expansão do crédito imobiliário, o cenário geral em 2023 é de oferta mais baixa.
Para 2024, o mercado imobiliário pode esperar um novo impulso, graças à projeção de aumento no volume de crédito de 8,1% feita pela Febraban.
Cabe destacar que, agora, diferentemente de outros momentos de expansão da oferta de crédito, há uma preocupação por parte do governo com a inadimplência e o endividamento.
Prova disso é o programa Desenrola Brasil, que em novembro abriu as portas para a negociação, permitindo a movimentação de R$ 433 milhões em apenas um dia.
Esse é mais um motivo para o otimismo econômico em 2024, já que agora, diferentemente de épocas passadas, existe um programa de auxílio para evitar o superendividamento.
O avanço do crédito deverá pautar o mercado imobiliário no Brasil, mas com a retaguarda indispensável do programa inovador de renegociação de dívida do governo federal.
Lembrando que, segundo o Serasa, com base na PEIC, o endividamento das famílias brasileiras é um ponto extremamente preocupante, quase na casa dos 80%.
Nada que abale a confiança dos especialistas.
Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades do Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), 2024 deverá entrar para a história como um dos melhores anos em relação ao crédito imobiliário.
Mais Tecnologia
O avanço das tecnologias digitais também faz parte das tendências para o mercado imobiliário em 2024.
Esse avanço não será apenas no setor de vendas, em que realidade virtual e aumentada já faz a diferença.
As mudanças estão acontecendo tão profundamente e em um ritmo tão acelerado que até o Banco Central decidiu se mexer.
Já está em curso, por exemplo, a criação de uma moeda digital que poderá ser usada para a compra de imóveis.
Chamada de DREX, com ela será possível realizar transações imobiliárias por meio dos chamados “contratos inteligentes”.
A previsão é de que entre em circulação em 2025, mas os efeitos desse anúncio já podem ser sentidos no mercado imobiliário em 2024.
Uma tendência tecnológica que seguirá firme e forte é o uso de plataformas virtuais nas empresas que atuam no ramo imobiliário.
Como aponta uma pesquisa da Conect Brasil, algumas delas já têm seus processos 100% realizados virtualmente, por meio do metaverso.
Vale destacar a implementação da blockchain, que já está sendo usada para registro de contratos e de corretores, reduzindo os custos e facilitando a fiscalização.
Selic Em Um Dígito
Nada está gerando tanta expectativa para o mercado imobiliário em 2024 quanto a redução da Taxa Selic.
Também conhecida como taxa básica, é usada pelo governo, por intermédio do Banco Central, como um dos principais instrumentos de controle da economia.
Funciona assim: quando a Selic é alta, o consumo tende a diminuir, já que o crédito fica mais caro, enquanto sua queda aquece o mercado.
No segmento de imóveis, a lógica é a mesma.
Por isso, o mercado imobiliário 2024 já se prepara para um período de crescimento, já que é esperado que a Selic caia para 9% em meados do ano que vem.
Atualmente, ela está fixada em 12,25% a.a., tendo chegado em fevereiro a 13,75%, valor mais alto desde 2016.
Além de influenciar o poder de compra, a Selic também gera impactos nos rendimentos de ativos financeiros, entre os quais estão os fundos imobiliários (FIIs).
Como esses fundos usam como referência a taxa do CDI, que por sua vez usa a Taxa Selic como índice, eles acabam tendo sua rentabilidade impactada por alterações na taxa básica.
Aumento Da Demanda Por Imóveis Sustentáveis
O conceito de sustentabilidade aplicado à habitação vem ganhando força recentemente, e essa será uma das tendências para o mercado imobiliário em 2024.
Também devemos ver a expansão de projetos arquitetônicos equipados com espaços abertos e integrados à natureza, como aponta uma pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).
Essa é a preferência de 57% das pessoas entrevistadas, com 56% revelando que pagariam mais por imóveis com tecnologia “verde”.
Essas tecnologias incluem dispositivos que proporcionam economia de energia e água, reaproveitamento hídrico e de luz solar, sistemas de coleta de resíduos e efluentes inteligentes, entre outros avanços.
Os imóveis sustentáveis são projetados para serem eficientes em termos de energia, utilizando recursos naturais e tecnologias de conservação.
Para isso, eles são equipados com recursos como isolamento térmico, janelas de alta eficiência e sistemas de iluminação de baixo consumo.
É um avanço para quem compra, já que adquire um imóvel com custo de manutenção mais baixo.
Para quem vende, é também uma maneira de contribuir com a redução das emissões de carbono e para atenuar os efeitos da crise climática.
A população brasileira está envelhecendo em um ritmo acelerado, e sobram estatísticas que comprovam isso.
Uma das provas desse processo é o aumento da idade média da população, que passou de 29 anos em 2010 para 35 anos em 2022, de acordo com o censo IBGE.
Aconteceu ainda o maior salto de envelhecimento desde 1940, com a inédita proporção de 55 pessoas idosas para cada 100 jovens.
Claro que essa mudança demográfica está sendo sentida na economia, com impactos já esperados no mercado imobiliário 2024.
Na verdade, o público formado pelas pessoas na terceira idade deverá ser o novo alvo para o segmento imobiliário, que precisa desde já repensar seus processos, desde os projetos até as vendas.
Tanto que surgiu recentemente o conceito de “consciência gerontológica” para pautar as construtoras em seus projetos de engenharia.
Essa é, portanto, uma das fortes tendências para o mercado imobiliário em 2024.
De acordo com essa nova proposta, casas e apartamentos devem ser pensados para atender às necessidades especiais de mobilidade de pessoas que, muitas das vezes, têm capacidade reduzida de deslocamento.